sábado, 26 de fevereiro de 2011

Aprovada "Lei do Paredão de Som"

Paredões de som em vias, praças e demais logradouros públicos, inclusive em espaços privados de livre acesso ao público, como postos de combustíveis e estacionamentos, em Fortaleza, estão com os dias contados. É que foi aprovado ontem, por unanimidade, no Legislativo Municipal, o projeto de autoria do vereador Guilherme Sampaio, que ficou conhecido como Lei do Paredão. Para que entre em vigor falta apenas a sanção da prefeita Luizianne Lins.

"Com a lei vai ser possível controlar o equipamento que hoje é utilizado de forma imprópria, prejudicando não só moradores, como empresas e instituições. Os paredões são uma agressão à população". A declaração é da diretora do bloco de Pré-Carnaval "De quem é esse jegue?", Gabi Simões.

Ela conta que todos os blocos têm problemas com os paredões, principalmente no pós cortejo, quando é formada a confusão. "A soma dos paredões com álcool está gerando tumultos. Na Rua Dragão do Mar, próximo a Almirante Jaceguai, uma rua foi batizada de ´corredor da morte´", conta, preocupada.

Galerias

As galerias da Câmara Municipal ficaram tomadas por populares na manhã de ontem. Todos queriam acompanhar de perto a votação do projeto. Atentamente, o público acompanhava os pronunciamentos, respondendo com aplausos e vaias.

Cleide Ferreira, 45, da comunidade Barroso II, foi com um grupo de aproximadamente 30 pessoas acompanhar a votação. Com cartazes, eles gritavam palavras de ordem pedindo a votação. "Nós já vivemos numa Cidade muito poluída, com os paredões, fica pior, porque eles não respeitam o descanso das famílias", reclama.

O mestre de capoeira Robério Batista de Queiroz, 38, recentemente passou por um momento difícil. Seu filho, de apenas dois meses, levou um enorme susto após um veículo equipado com paredão de som passar próximo a sua casa. Robério, ou mestre Ratto, como é mais conhecido, conta que seu bebê passou um bom tempo para se recuperar da sequela.

O não cumprimento da "Lei do Paredão", implicará na apreensão imediata do equipamento, e multas. O montante será de 300 a 3 mil vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência do Ceará (Ufirce). O gerente de licenciamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam), Júlio César Costa, diz que com a lei não será mais necessário medir o nível de pressão sonora, com o decibelímetro.

De acordo com a Lei de Crime Ambiental, o nível máximo de pressão sonora permitido, de 6h às 22h, é de 70 decibéis. Após esse horário, o limite é reduzido para 60 decibéis. No entanto, o infrator flagrado com equipamento acima de 85 decibéis será enquadrado na Lei, sob o risco de ser preso. No ano passado, 788 infrações foram registradas na Capital e 350 equipamentos apreendidos. Em 2011, a Semam já fez 53 autuações e 15 apreensões.
 
MEU PITACO SOBRE O ASSUNTO:
Começo a gostar de algumas leis que estão sendo aprovadas na câmara, e uma delas é exatamente essa acima citada, realmente é uma falta de respeito o que se faz em praças e ruas de Fortaleza, com os chamados "paredões". Vamos então as perguntas padrões: O Babaquinha que coloca um paredão de som em seu carro, dificilmente escuta "música", geralmente é Forró, Axé, Swingueira, Funk, etc e tal, e isso pra mim não é música, esse mesmo babaquinha, não ouve esses ritmos em sua casa não, que é para não incomodar a sua casa nem sua rua, eles vão atormentar a vida de outras pessoas, em praças, e ruas como o tal correndor da morte no Dragão do Mar. Daí lhes pergunto também, após a lei entrar em vigor, por quanto tempo teremos fiscalização, pois aqui no Brasil é assim, as coisas só fervem no começo, depois todo mundo esquece, um exemplo disso é o Disque-Silêncio, o telefone raramente funciona para atendimento, e isso é experiência própria viu. Espero de coração que tudo isso também não acabe em pizza, o que me preocupa de verdade é o fato de somente faltar a assinatura da Prefeita da cidade, que diga-se de passagem  e louquinha por festa, barulho, fuzarca. Depois de assinado veremos quem vai tomar de conta da fiscalização, mas é pra fiscalizar mesmo viu? Não façam como a pirataria que todo mundo sabe onde é o foco principal e não acabam porque não querem, todos sabem onde são os points desse povinho idiota que corre atrás de paredão de som, só pra ficarem em frente a carro balançando a cabeça feito retardado, se embriagando feito um mané, imagino ser uma misturada danada de porcaria sonora, onde ninguém escuta nada, ninguém entende nada e os babacas adoram aquilo ali. Tenha dó né, competição de som? Só se for pra jogarem uns em cima dos outros aí teríamos um idiota vencedor. Ai meu Deus, em que mundo estamos, Mundo? que mundo?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender

1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.

2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.

3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.

4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.

5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.

6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.

7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".

8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".

9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.

10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Caos na Fortaleza Bela?

Ir para o trabalho nos últimos dias se tornou tarefa das mais difíceis. A chuva torrencial que assola a Capital gerou um cenário de caos. Sem ter como se locomover, muita gente optou por não sair de casa. Os que saíram enfrentaram muitos problemas. Em vários pontos da cidade, vias ficaram completamente alagadas, formando grandes congestionamentos. A exemplo da giratória da Aguanambi, onde o trânsito praticamente parou. Muitos veículos que se aventuraram nas água ficaram quebrados, outros até boiaram.

Na Rua Rodrigues Júnior com Heráclito Graça, próximo ao Banco Central, a reportagem flagrou um carro que caiu num buraco. No local, o asfalto cedeu, engolindo o pneu dianteiro de um Fox preto. A proprietária do veículo, a assistente financeira Graziela Barbosa, 33, ficou inconformada. “A pista estava normal, mas quando eu passei ela arriou e se transformou nessa cratera. É um absurdo, a cidade está cheia de obras inacabadas”, protestou.

Francisco Edilberto Nascimento, 48, zelador de um condomínio em frente ao ocorrido, disse que foi a segunda vez que o asfalto cedeu. “Semana passada foi um taxista”, relatou.

Situação delicada viveu quem teve que atravessar a Avenida Heráclito Graça. Foram praticamente três quarteirões alagados, começando na Barão de Aracati até a João Cordeiro. Os veículos que trafegavam pelas ruas que cortam a avenida tiveram que voltar, na contramão, por não ter condições de atravessar. Munidos de guarda-chuva, capas e sacos plásticos amarrados aos pés, a população tentava se proteger como podia.

O médico Severiano Tavares, 60, pretendia atravessar a via para pegar a Ildefonso Albano, mas quando viu o nível da água não pensou duas vezes e subiu, com carro e tudo, na Praça. “Foi a solução que encontrei”, justificou. “O governador não precisa mais construir um aquário, já temos um natural na Cidade, só falta colocar os peixes”, ironizou. De mãos atadas, sem ter o que fazer, a solução que lhe restou foi permanecer dentro do veículo e esperar o nível da água descer para que pudesse seguir seu trajeto.

No Parque das Crianças, um dos pontos turísticos do Centro, mais alagamentos. O lago transbordou, levando lixo para todos os lados. Após o nível da água descer, ratos mortos podiam ser vistos às margens do lago, num alerta sobre o risco de leptospirose, doença transmitida pela urina do rato.

É realmente a Fortaleza Bela a cada dia nos surpreende, e vcoês sabem da última não é, em entevista concedida na semana passada nossa "festeira" prefeita informou que a culpada disso tudo é a CAGECE, como se diz em um programa local "Pode um negócio desses?". A Cagece deve ter sua "parcela" de culpa, mas administração ao meu ver deveria ser prioridade dentro de uma cidade, e nesses anos Fortaleza Bela, o que pudemos ver é que a prefeitura brinca de administrar a cidade, proporcionando assim caos em praticamente em todos os bairros da cidade, tendo em vista que os ótimos e inteligentes engenheiros que acompanham as obras de Fortaleza resolveram quebrar tudo, abrir buracos em todas as áreas possíveis e pasmem, todos de uma vez só, difilcilmente se faz um trajeto na cidade em que você não tenha que desviar o caminho por interdição ou por falta de condições de tráfego. E ainda vamos sediar uma copa do mundo? Vocês devem estar de brincadeira, e isso não é só aqui não o país inteiro devia se envergonhar de suas administrações locais, um exemplo bem recente é a doação que as escolas de samba receberam devido ao incêndio ocorrido na semana passada, uma delas por exemplo recebeu do governo 1 milhão e meio de reais enquanto que as outras 750 mil cada uma, e há bem pouco tempo tivemos uma grande tragédia no rio com as enchentes, daí lhes pergunto isso é justo?  Podemos incluir isso sendo retirado dos nossos bolsos porque é sempre assim nós em quem pagamos o pato.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ariano Suassuna critica o “forró” atual

Jornal do Commercio de Pernambuco (Em 2009)


O secretário de cultura Ariano Suassuna criticou o atual ‘forró’ que está sendo divulgado pela mídia. Numa análise voltada para o moralismo e para as raízes do nosso autêntico forró pé-de-serra, ele nos dá exemplos do “ pornô-forró” disseminado nas rádios e programas de auditório das TVs brasileiras e o quanto isso agride nossa tradicional musica nordestina.

Sem duvida devemos dar valor ao nosso forró pé de serra e cuidar para que ele não caia no esquecimento e nas transformações da mídia.

Esse texo foi escrito por JOSÉ TELES, que é crítico musical do Jornal do Commercio de Pernambuco.
A música dos valores perdidos
“Tem rapariga aí? Se tem levante a mão!”. A maioria, as moças, levanta a mão.

Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas bandas do gênero). As outras são “gaia”, “cabaré”, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

O secretário de cultura Ariano Suassuna foi bastante criticado, numa aula-espetáculo, no ano passado, por ter malhando uma música da banda Calipso, que ele achava (deve continuar achando, claro) de mau gosto. Vai daí que mostraram a ele algumas letras das bandas de “forró”, e Ariano exclamou: “Eita que é pior do que eu pensava”. Do que ele, e muito mais gente jamais imaginou.

Pruma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém o culpado desta “desculhambação” não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de “forró”, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético,. Pior, o glamur, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

A cantora Ceca foi uma espécie de Ivete Sangalo do turbo folk (ainda está na estada, porém com menor sucesso). Foram comprados 100 mil vídeos do seu casamento com Arkan, mafioso e líder de grupo para-militares na Croácia e Bósnia. Arkan foi assassinado em 2000. Ceca presa em 2003. Ela não foi a única envolvida com a polícia, depois da queda de Milosevic, muitos dos ídolos do turbo folk envolveram-se com a justa pelo envolvimento com a poderosa máfia de Belgrado.

A temática da turbo folk era sexo, nacionalismo e drogas. Lukas, o maior ídolo masculino do turbo folk pregava em sua música o uso da cocaína. Um dos seus maiores hits chama-se White (a cor do pó, se é que alguém ignora), e ele, segundo o Guardian, costumava afirmar: “Se cocaína é uma droga, pode me chamar de viciado”. Esteticamente, além da pouca roupa, a sanfona é o instrumento que se destaca tanto no turbo folk quanto no chamado forró eletrônico, instrumento decorativo, ali muito mais para lembrar das raízes da música tradicional. Ressaltando-se que não se tem notícia de ligação entre bandas de “forró” e crime organizado. No que elas são iguaizinhas é que proliferaram em meio a débâcle de valores estéticos, morais, e éticos, e despolitização da juventude. Com a volta da governabilidade nas repúblicas da antiga Iugoslávia, o turbo folk perdeu a força, vende ainda porém muito menos do que no passado, hoje é apenas uma música popular para se dançar, e não a trilha sonora de um regime condenado por, entre outras lástimas, genocídio.

Aqui o que se autodenomina “forró estilizado” continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem “rapariga na platéia”, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção ?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é “É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!”, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.